Publicado em 18 de agosto de 2025

Síndrome do edifício doente: 30% dos edifícios do mundo apresentam problemas que afetam a saúde das pessoas

As arquitetas Bel e Tef explicam que má ventilação, iluminação inadequada e até alguns materiais de construção podem causar problemas como alergias, dores de cabeça e até aumento no estresse

É possível que o lugar onde você vive ou trabalha esteja prejudicando a sua saúde? Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% dos edifícios no mundo sofrem com a Síndrome do Edifício Doente (SED). Este fenômeno, causado por fatores como má ventilação, iluminação inadequada e materiais de construção tóxicos, pode levar a uma série de problemas de saúde, incluindo alergias, dores de cabeça, cansaço extremo e aumento do estresse.

As arquitetas Belisa Mitsuse (Bel) e Estefânia Gamez (Tef), sócias do BTliê Arquitetura e criadoras do curso “Projetando com Feng Shui”, compartilham suas percepções sobre como a arquitetura pode ser uma aliada na promoção da saúde e do bem-estar. “Muitas vezes, as pessoas não percebem que o ambiente em que vivem ou trabalham está afetando sua saúde. Diante disso, um olhar especializado e holístico sobre aquele imóvel torna-se fundamental para encontrar as melhores soluções”, explica Bel.

A SED pode ser identificada por meio de sinais como odores estranhos, umidade visível, mofo e problemas persistentes de saúde entre os ocupantes. A falta de manutenção adequada dos sistemas de ventilação e ar-condicionado é uma das principais causas. A norma indica que quando mais de 20% dos ocupantes de um edifício relatam sintomas semelhantes, têm-se um indício forte de SED.

“Quando projetamos um espaço, consideramos não apenas a estética, mas também como ele vai impactar a saúde e o bem-estar dos ocupantes. Isso envolve uma análise detalhada de fatores como ventilação, iluminação e escolha de materiais”, afirma Tef.

 

Mofo frequente é um dos sinais de SED — Foto: Freepik

 

Arquitetura que cura

De acordo com as especialistas, os arquitetos têm um papel fundamental na prevenção e solução da Síndrome do Edifício Doente. Projetos que priorizam a saúde incluem a escolha de materiais não tóxicos, o planejamento de uma ventilação adequada e a utilização de luz natural sempre que possível. Além disso, manutenções regulares e a utilização de tecnologias sustentáveis podem ajudar a manter um ambiente saudável.

Outra solução complementar pode ser a aplicação de Feng Shui nos imóveis residenciais e profissionais. A integração desta técnica milenar chinesa na arquitetura é uma abordagem que visa promover o bem-estar físico, mental, emocional e espiritual dos ocupantes. “O Feng Shui nos ajuda a entender como a organização dos espaços, a escolha das cores e a posição dos móveis podem influenciar a energia do ambiente e, consequentemente, a saúde das pessoas”, diz Belisa.

“Aqui no BTliê Arquitetura, todos os projetos são desenvolvidos de acordo com os conceitos do Feng Shui. Acreditamos que projetar vai muito além de resolver questões técnicas. É sobre criar ambientes que cuidam de quem vive neles, promovendo saúde e equilíbrio em todos os sentidos”, destaca Estefânia.

Em um mundo onde o estresse e a ansiedade são cada vez mais presentes, a importância de uma arquitetura consciente é inegável. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o estresse atinge cerca de 90% da população mundial. Além disso, a OMS também afirma que 1 em cada 4 pessoas já enfrentou algum quadro de ansiedade. “Projetar é uma responsabilidade enorme. Cada escolha que fazemos pode impactar profundamente a vida dos nossos clientes”, alerta Estefânia.

 

A posição do banheiro pode interferir na energia do ambiente — Foto: Freepik

 

Um exemplo clássico é a posição do banheiro na planta do imóvel e a relação dele com os outros cômodos. “Quando o banheiro está localizado de frente para a porta de entrada, por exemplo, ele pode drenar a energia vital que entra no ambiente”, afirma Estefânia Gamez. A arquiteta acrescenta ainda que posicionar a cabeceira da cama na parede de divisa com o banheiro pode afetar a saúde mental dos moradores:

“O banheiro, por ser uma área de eliminação, carrega uma energia que, ao se conectar diretamente com o seu espaço de descanso, pode prejudicar o seu sono e até o seu equilíbrio emocional”. Uma boa solução para esse último problema seria trocar a cama de lugar para uma parede livre e com boa visão da entrada e da janela.

Fonte: O Globo

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