Publicado em 14 de fevereiro de 2023

Taxa de inadimplência em condomínios bate recordes e alcança média de 17% em 2022

Os impactos na economia causados pela pandemia continuam refletindo nos condomínios. A taxa de inadimplência das cotas condominiais em 2022 superou significativamente os índices do ano anterior e alcançou 17% na média anual.

Os impactos na economia causados pela pandemia continuam refletindo nos condomínios. Um levantamento feito recentemente pela APSA mostrou que a taxa de inadimplência das cotas condominiais em 2022 superou significativamente os índices do ano anterior. Enquanto em 2021 a taxa média de inadimplência ficou em 12%, em 2022 esse índice alcançou 17% na média anual. O estudo foi feito com base nos mais de 2,7 mil condomínios que a APSA administra no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal, Bahia e Pernambuco.

Entre os principais motivos para esse aumento estão o empobrecimento da população, agravado nos últimos anos, e o aumento da taxa Selic, que saltou entre 2021 e 2022 de 2% para 13,75%, elevando os juros do mercado em geral e fazendo com que o pagamento das cotas condominiais, que têm juros simples a cerca de 1% ao mês, deixasse de ser prioridade para muitas famílias.

“A pandemia arrefeceu, mas a perda de renda e o endividamento das famílias continuam e isso se reflete diretamente na inadimplência das cotas condominiais. Outro fator que colabora para que isso aconteça é a questão dos juros, que é muito menor nas cotas quando comparamos aos do cartão de crédito, por exemplo. Então se a pessoa tiver que escolher entre quitar o cartão para poder comprar itens básicos ou pagar o condomínio, provavelmente vai ficar com a primeira opção”, ressalta o gerente de Negócios de Condomínios da APSA, João Marcelo Frey.

Outro ponto relevante é que durante a pandemia o número de cotas extras emitidas foi, de modo geral, reduzido, já que muitos condomínios seguraram obras, priorizando a redução de custos, e também não convocaram assembleias para esse tipo de deliberação. Com a melhora no cenário pandêmico, muitas obras foram retomadas, gerando, consequentemente, a emissão de cotas extras, o que pode vir colaborando para o aumento da taxa de inadimplência.

Outro ponto relevante reforçado no estudo feito pela APSA é a piora da situação financeira dos mais pobres nos últimos anos. A maior taxa de inadimplência verificada no ano passado – 25% – está concentrada nos condomínios cuja cota é de até R$ 500. “Essas são as pessoas que mais vêm sofrendo com desemprego e perda de renda e, por isso, a inadimplência acaba sendo mais alta entre essa parcela da população”, comenta João Marcelo.

Fonte: APSA

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