Publicado em 8 de outubro de 2019
Assalto a condomínios: cuide-se para não ser o alvo Entender como acontecem os assaltos é meio caminho andado para evitá-los, orienta Rodrigo Karpat, advogado especialista em questões condominiais.
Entender como acontecem os assaltos é meio caminho andado para evitá-los, orienta Rodrigo Karpat, advogado especialista em questões condominiais.
Diante do aumento das ocorrências de assaltos, cada vez mais os condomínios adotam aparatos de segurança, o que não tem impedido, em todo o Brasil, invasões engendradas por bandos organizados.
Karpat diz que a primeira providência é entender como os assaltos acontecem. “Os bandidos costumam observar o funcionamento do condomínio que pretendem roubar, muitos dias antes de realizar a ação. Na maioria das vezes, entram no prédio pela garagem, via clonagem do controle remoto, atrás de algum carro ou rendendo um morador”, alerta o especialista.
“Quando os assaltantes não entram pela garagem, sua alternativa mais constante é a própria porta da frente: de “carona” com algum morador ou aplicando golpes, como o do falso carteiro, falso corretor, falso policial, falso medidor de gás, entre outros”, diz Karpat.
Diante dessa estratégia dos assaltantes, Karpat diz que a portaria do condomínio deve ser o centro das atenções. “Muitos assaltos podem ser evitados com o treinamento de porteiros por empresas especializadas, que ensinam aos profissionais do condomínio identificar golpes e situações de risco”, recomenda.
“O porteiro deve sempre desconfiar de prestadores de serviços que chegam acompanhados. Antes de autorizar a entrada de qualquer pessoa, o ideal é ligar para a empresa prestadora do serviço, confirmar a visita ao condomínio e identificar o funcionário. São pequenas atitudes que evitam grandes riscos”, alerta o especialista.
O advogado recomenda ainda que o condomínio forneça ferramentas para permitir ao porteiro colocar em prática as medidas de segurança. Por exemplo, se o telefone da portaria estiver bloqueado para ligações externas, o profissional não terá como confirmar a visita.
Karpat chama atenção para a importância de o condomínio fornecer ferramentas para que o porteiro coloque em prática as necessárias medidas de segurança. Por exemplo, se o telefone da portaria estiver bloqueado, o funcionário não terá como proceder à verificação.
“O porteiro – continua Karpat – deve ser orientado a nunca passar informações sobre moradores, uma vez que as mesmas se transformam em ‘ganchos’ para que os meliantes voltem e assaltem o condomínio. Um exemplo é a placa de venda. O assaltante chega em determinado horário, pergunta sobre a unidade que está à venda e obtém dados do morador ou do proprietário do imóvel. No turno seguinte, após a mudança do porteiro, usa essas informações para entrar no condomínio e iniciar a ação criminosa”.
Importante também, reforça o especialista, é o condomínio investir em ferramentas de segurança e medidas preventivas. “A segurança é uma soma de fatores que inclui desde barreiras físicas e treinamento de funcionários, até a cooperação dos moradores. É essencial a instalação de portões duplos nas entradas de pedestres e automóveis, insulfilme nas guaritas e câmeras nos ambientes”.
Karpat recomenda ainda que é importante discutir a responsabilidade do condomínio em caso de assalto ou outra ação criminosa.
“Reiteradamente, o Poder Judiciário tem decidido que o condomínio não é responsável por estes roubos, salvo se ficar comprovada falha na ação dos funcionários; ou se o condomínio oferece segurança, o que precisa estar previamente descrito em convenção. A melhor saída, então, é o trabalho em conjunto entre administradoras de condomínios, funcionários e moradores, para evitar ser o próximo alvo da onda de violência”, finaliza Rodrigo Karpat, advogado especialista em questões condominiais.
Fonte: Exame
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