Publicado em 4 de dezembro de 2018

Testes rastreiam vazamentos em casa e evitam obras desnecessárias

É preciso agir rápido para que um cano furado não se transforme em dor de cabeça. O problema é que boa parte dos vazamentos domésticos é invisível.

É preciso agir rápido para que um cano furado não se transforme em manchas na parede ou contas d’água exorbitantes. O problema é que boa parte dos vazamentos domésticos é invisível –tirando o pinga-pinga em chuveiros e torneiras–, o que dificulta a identificação.

 

Em prédios pode ser ainda pior do que em casas, porque muitos condomínios não têm hidrômetros individuais. O técnico em hidráulica Plínio de Castro Protáfio, gerente da Roto Rooter, empresa de caça vazamentos, atendeu um edifício com infiltração no segundo andar.

A administração do prédio já tinha chamado um pedreiro, que quebrou as paredes dos apartamentos do terceiro e do quarto piso, mas não achou o foco do problema.

Depois de injetar gás carbônico na tubulação e escutar os ruídos dos canos com um aparelho próprio, ele encontrou o ponto exato. “Era um cano na cozinha de um imóvel do oitavo andar”, diz.

Antes de chamar um serviço especializado, dá para fazer alguns testes que detectam os vazamentos (veja abaixo). Depois, é preciso recorrer a um especialista para identificar o local exato, o que evita que paredes sejam quebradas à toa.

Construções antigas estão mais sujeitas a vazamentos, principalmente aquelas com mais de 40 anos, quando ainda se utilizavam tubulações de ferro galvanizado, que oxidam com o tempo.

“Prédios desse tipo que ainda não trocaram encanamentos terão de fazer isso rápido, porque os vazamentos vão começar”, diz Paulo Sérgio Carvalho, engenheiro civil e professor da PUC-SP.

Imóveis mais novos já utilizam tubos de PVC, que têm vida útil de até 60 anos. Antes disso, o que pode causar problemas são as conexões entre os canos, e aí o jeito é quebrar a parede e substituir as peças.

Os andares mais baixos são mais suscetíveis a vazamentos. A pressão da água, que vem do topo do edifício, chega com mais força, facilitando que ela escape.

DEFEITO DE FÁBRICA

Não são só os imóveis antigos que sofrem. O condomínio em que vive a representante de vendas Bruna Cunha Claro Paes, 31, em Campinas, foi entregue pela incorporadora em 2012. “Já alagou o térreo e estragou o piso de madeira dos apartamentos”, diz. Os vazamentos também danificaram elevadores e esvaziaram a caixa d’água.

Segundo o engenheiro civil Eduardo Giansante, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, construtoras que usaram profissionais não especializados deixaram os prédios sujeitos a vazamentos. “Faltou mão de obra qualificada no boom da construção civil de quatro anos atrás”, afirma.

Para não correr o risco, antes de comprar um imóvel vale consultar vizinhos e síndico sobre o assunto.

O BURACO É MAIS EMBAIXO
Como encontrar vazamentos em casa
1 – CAIXA D’ÁGUA

Passo 1: Feche a torneira da boia da caixa, que alimenta o reservatório. Feche também todas as torneiras da casa.
Passo 2: Marque o nível da água.
Passo 3: Espere algumas horas e veja se o nível baixou. Se isso aconteceu, houve vazamento.

2 – PAREDE

Se não choveu e a parede está úmida, é sinal de que há algo errado. Piso molhado sem razão aparente também indica vazamento, assim como azulejos e paredes ocas (basta bater com as mãos para ver se o barulho é diferente).

3 – CONTA DE ÁGUA

Fique de olho na variação do consumo. Se no mês anterior a conta foi de R$ 100 e no seguinte foi de R$ 250, é porque há escape de água. Veja contas de outros meses. O problema pode ser antigo e ter passado despercebido.

4 – VASO SANITÁRIO

Teste 1: Em caixas acopladas, coloque corante na caixa e observe se ele passa para a água do vaso. Se passar, há problema.
Teste 2: Deposite tabaco na água e veja se ele se movimenta ou se vai para o fundo da bacia. Se houver movimentação, a água está escapando.
Teste 3: Esvazie a cuba com a ajuda de um copo descartável e observe se o volume de água se altera. Se aumentar, há vazamento.

5 – RAMAL DE REDE

Passo 1: Feche o registro do cavalete, a conexão entre a casa e a concessionária de água.
Passo 2: Abra a torneira do jardim e espere a água parar de correr.
Passo 3: Coloque um copo cheio d’água na boca da torneira e veja se há sucção. Se sim, algum cano pode estar rompido.

6 – HIDRÔMETRO

Anote o consumo de água durante o mês. O visor apresenta o gasto em metros cúbicos desde a última medição (cada metro cúbico equivale a 1.000 litros de água). Em uma casa comum, cada morador gasta, em média, de 120 a 150 litros de água por dia. Se esse número estiver mais alto, pode ter algo errado.

 

Fonte: Folha de São Paulo

 

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