Publicado em 12 de maio de 2020

Isolamento une moradores e reforça economia dentro de condomínios e comunidades

Grupos tem incentivado economia dentro de condomínios e comunidades como forma de ajudar quem enfrenta uma fase difícil nessa quarentena.

Grupos tem incentivado compras de produtos e serviços dentro do ambiente de convívio como forma de ajudar quem enfrenta uma fase difícil.

Apesar de todos os impactos negativos, o isolamento social imposto pela pandemia de novo coronavírus tem proporcionado alguns ensinamentos a moradores de condomínios e comunidades na Grande Vitória. Diante de um problema em comum, eles têm unido forças para ajudar uns aos outros, fortalecer a economia local e deixar a batalha contra o vírus mais leve.

Em um prédio no bairro Bento Ferreira, em Vitória, os moradores estão trocando favores e incentivando a comercialização de produtos produzidos e vendidos pelos vizinhos. Foi a forma que eles encontraram de movimentar a economia dentro do ambiente de convivência.

“A gente está com quase 100 moradores no Whats App. Um vende lingerie, um vende perfume, tem um amolador de faca, um fotógrafo, um médico, uma psicóloga. Cada um foi divulgando o que tem de melhor e que pode trazer benefícios”, explicou a economista Eliane Bezerra.

As compras são combinadas pelo aplicativo e as encomendas são deixadas em uma bancada em um espaço comum do prédio. Os moradores conferem o nome, higienizam os produtos e levam pra casa.

Além disso, eles também ajudam os funcionários do prédio, arrecadando itens como alimentos e material de limpeza.

O síndico explica que a iniciativa tem como objetivo ajudar as famílias dos trabalhadores, já que muitas pessoas estão perdendo o emprego por causa da crise causada pela pandemia.

“A gente pretende repetir isso enquanto tiver pandemia e, se possível, continuar. Ajuda nunca é demais”, disse Josimar Abrão.

Em um outro condomínio, em Itapoã, Vila Velha, os moradores também estão arrecadando alimentos para um projeto social. Mas tudo começou com a troca de gentilezas para preservar quem é do grupo de risco.

“Primeiro, começou com [oferta de] ir no supermercado, padaria, lotérica, alguma coisa que alguém precisasse. Depois, um rapaz se ofereceu para buscar máscaras em uma outra cidade”, explicou a comerciária Nicole Duarte.

Um dos responsáveis pelo projeto social, Glaydson Cerillo, arrecadou mais de duas toneladas de alimentos.

“Nós já atendemos seis comunidades carentes, ajudamos a abençoar mais de 150 famílias que muitas vezes são esquecidas pelo órgãos públicos”, disse.
Na região da Grande Santo Antônio, na capital, atitudes parecidas estão sendo tomadas. Microempreendedores estão recebendo ajuda do movimento comunitário do bairro. Através das redes sociais, eles divulgam produtos e serviços.

Uma das beneficiadas é a manicure Sheila Oliveira, que perdeu boa parte da renda por causa do isolamento.

“Eu atendia cinco pessoas por dia, e diminui para duas. Financeiramente, ficou muito ruim para mim. Estou conseguindo me manter, com dificuldade, só pagando as contas básicas”, disse.

A presidente do movimento comunitário de Santo Antônio explica que essa é uma forma de incentivar a população a comprar de quem é da região.

“A gente viu a necessidade de estar ajudando dessa forma com a divulgação mais direta, bem informativa. É formar uma corrente de ajudar, de aproximar, de poder fazer alguma coisa para contribuir”.

Na comunidade, o reforço aqui vem de todos os lados. A Novo Império, escola de samba de Caratoíra, também tem usado a visibilidade que tem nas redes sociais para incentivar o comércio local.

“A Novo Império colocou à disposição as redes sociais para colaborar. Nós queremos jogar uma luz a esses empreendedores. Dar valor a onde a gente mora. Às vezes, nossa vizinha faz uma quentinha, um lanche espetacular e a gente nem sabe. Talvez, você nem precisa desse produto no momento, mas pode indicá lo. Esses pequenos gestos fazem com que a gente cresça”, disse Suzana Bremenkamp, diretora de comunicação da Novo Império.

Psicóloga

A psicóloga Gabriela Simmer explica que a quarentena realmente aproximou as pessoas e tornou algumas mais solidárias.

“Diante de uma situação ameaçadora, que é o que a gente tem vivido, a gente tem a tendência de unir forças. Essa união e essa fraternidade se dão por isso, é algo instintivo do ser humano com um objetivo em comum, que é cuidar de um bem maior”, disse.

Fonte: G1

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