Publicado em 1 de outubro de 2019

Serviço extra de funcionário de condomínio exige atenção redobrada

O convívio próximo entre moradores e trabalhadores parece criar um ambiente propício para pedidos nem sempre razoáveis quando problemas surgem.

Na maioria das vezes, bicos de funcionários são proibidos pelos regimentos, mas algumas soluções podem permitir.                                             

De maneira geral, os trabalhadores não devem prestar serviços às unidades para evitar que possam ser pleiteadas, em possíveis processos trabalhistas, horas extras ou caracterizado acúmulo de funções. “Se eles reclamarem que ficam no trabalho mais tempo do que a jornada regular, o condomínio terá de provar que isso não ocorreu, e é difícil”, afirma o diretor de condomínios da administradora Habitacional. Marcio Bagnato. Fora do expediente, a contratação de funcionários condominiais não pode ser impedida, mas a prática não inviabiliza a possibilidade de processos na Justiça.

Os zeladores costumam ser os alvos prediletos dos condôminos em busca de pequenos serviços, principalmente porque muitos residem nos conjuntos. O acionamento desses profissionais somente deve ocorrer quando os problemas nas unidades tiverem efeitos sobre a coletividade, como vazamentos. “Ele pode ser chamado para estancar o risco, mas o morador deve contratar um especialista para resolver a questão”, diz.

O que dizem os especialistas

A advogada trabalhista da administradora Oma, Mônica Giannantonio, lembra que os zeladores também têm jornadas e não podem ser incomodados nos períodos de folga, a não ser em ocasiões emergenciais – e pagando hora extra pelo tempo dedicado ao caso. “Ele não é um funcionário que está à disposição do condomínio 24 horas.”

De acordo com o diretor do Secovi-SP, Marco Gubeisse, os pedidos mais comuns dos moradores envolvem desde ações corriqueiras como o recebimento de encomendas maiores por porteiro e o conserto de eletrodomésticos pelos zeladores até abusos flagrantes. “Há casos em que funcionários do condomínio até levam os filhos dos condômino para a escola”, conta.

Soluções

Os empreendimentos podem garantir que os moradores possam ser auxiliados com menos riscos jurídicos. Em condomínios antigos, manutencistas comumente recebem como função a realização de serviços simples e eventuais nas unidades, mas com todas as atividades previstas nos seus contratos de trabalho. Outros funcionários carregam malas ou atuam como valets.

O diretor da Manager, Marcelo Mahtuk, recomenda que os condôminos discutam em assembleia quando há intenções de contratar um profissional para atribuições especiais. “Nessa assembleia, também tem de ser definido um regulamento. Se o funcionário vai entrar nos imóveis, as chaves serão deixadas com ele? Quais são os serviços permitidos? Sempre devem ser ações simples, e não reformas ou pinturas dos imóveis.”

Nos condomínios mais novos, os serviços adicionais estão mais bem definidos. Empreendimentos com unidades compactas, por exemplo, já preveem em convenção a atuação de concierges, capazes realizar pedidos e receber encomendas, além de outras atividades de recepção. A lei maior dos condomínios também inclui quais são os pacotes avulsos – pay per use – à disposição dos moradores.

Como gerente da área de facilities na administradora Manager, Ivan Sindicic gerencia a atuação de faxineiros, manutencistas, carregadores nos empreendimentos. “O que as pessoas mais pedem são pequenos reparos, mas chegamos a dar uma assistência inicial em casos de vazamentos.” A cobrança pelos trabalhos pode ser coletiva, juntamente com a cota condominial, ou separada, de acordo com a contratação.

Utilize em seu condomínio:

Modelo de comunicado – Serviços particulares aos funcionários do condomínio

Fonte: economia.estadao.com.br

serviço extra

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