O constante crescimento do segmento condominial vem demandando dos síndicos cada vez mais habilidades e preparo para gerir os empreendimentos: noções de administração, contabilidade, legislação e gestão de pessoas são algumas delas.

Diante do aumento da complexidade, algumas ferramentas da gestão privada já vêm sendo adaptadas para melhorar a organização condominial – o compliance é uma delas. Quando analisamos a gestão pública, existem boas práticas que podem, da mesma forma, ser aplicadas aos condomínios.

Os princípios da administração pública são diretrizes básicas de conduta que ajudam a organização da sociedade, em especial para que os atos dos poderes legislativo, executivo e judiciário tenham uma espécie de manual de conduta que norteie suas ações de modo a evitar que interesses individuais interfiram no coletivo.

Sabemos que ainda existe uma lacuna entre teoria e prática, mas num cenário ideal os princípios da administração pública podem ser aplicados nos condomínios. Vamos aos princípios:

Legalidade: agir de acordo com as leis. Observar o que determina o Código Civil, a Lei do Condomínio, a convenção e o regimento interno, principalmente. Surgiu algum tema que não é regulamentado, mas gera impacto significativo no condomínio? A assembleia pode ser a solução.

Impessoalidade: as desavenças pessoais não podem interferir no tratamento entre os condôminos. Da mesma forma, relações afetivas, cargos, convicções políticas ou ideológicas não podem influenciar nas decisões. O conhecido artigo 5º da Constituição Federal determina que “todos são iguais perante a lei”, então não pode haver discriminação e nem favorecimento.

Moralidade: como dificilmente todas as situações estarão previstas em leis ou atas de assembleia, algumas características precisam estar internalizadas em quem representa a coletividade condominial. A moralidade é uma delas, que na filosofia é entendida como a união de valores como honestidade, bondade, virtude e outros que norteiam as condutas dos homens.

Publicidade: é a transparência durante o exercício da sindicatura. Como o síndico é um representante da coletividade, os condôminos têm direito de acompanhar relatórios, contratos, ter acesso aos documentos. Mas a publicidade vai além de prestar contas. Quanto mais informação aos moradores sobre as ações praticadas, menor será a ocorrência de questionamentos e desconfianças.

Eficiência: realizar uma boa gestão, prezando pela qualidade das ações necessárias. É fazer o que precisa ser feito com competência e evitando desperdício de recursos.

Com o tempo, esses princípios podem passar da reflexão para a ação, de modo que aos poucos façam parte de uma prática automática que favoreça a gestão, pois certamente um síndico que use o LIMPE terá muito mais confiança em seu trabalho e um mandato com menos conflitos.

Escrito por:

Karla Pluchiennik - Administradora pós-graduada em Direito Empresarial e Influência Digital, coach e practitioner em PNL, empresária e consultora de produtividade. Instagram: @karlapluch

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