Publicado em 1 de novembro de 2022

Da academia à sala de estar – praticando exercício físico em casa

“A coisa mais importante que você precisa para fazer exercício físico em casa é vontade”, ensina Lívia Gariani, formada em Educação Física pela UTFPR

Quantas vezes ouvimos que para ter uma vida saudável são necessários alguns cuidados? Atitudes como ter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios resultam em aumento da qualidade de vida, auxiliando nos aspectos físicos e mentais. Apesar disso, não é todo mundo que trata esse assunto como prioridade.

Um estudo divulgado no início de 2021 pela OMS (Organização Mundial da Saúde) revelou que apenas 47% dos brasileiros (adultos) praticavam algum tipo de atividade nos últimos 15 anos. Este número diminuiu para 40% com o início do Covid-19, de acordo com matéria publicada na revista Veja Saúde.

gráfico exercício físico em qualquer lugar

Que motivos levam as pessoas a se exercitar?

Antes da pandemia, a preocupação com o bem-estar físico tinha relação com a estética e com um bom rendimento em atividades do cotidiano. A equipe do Viva o Condomínio conversou com Lívia Gariani, professora de pilates há 10 anos e diretora do Studio I Am, localizado na capital paranaense. Segundo ela, muitas pessoas procuravam a modalidade com o intuito de melhorar seu desempenho em outras atividades.

“Lembro de receber pessoas pensando em rendimento, em melhorar alguma outra modalidade de atividade física. Depois da pandemia, recebi uma demanda maior por qualidade de vida. O aluno não estava buscando só um exercício, e sim mais saúde. Também vieram pessoas que passaram muito tempo isoladas em casa e começaram a sentir dor em regiões que antes não incomodavam”, contou a professora.

A busca pelo exercício após a chegada do coronavírus estava ligada à preocupação com a saúde. O medo de se contaminar era grande e, para se prevenir, as pessoas foram atrás de recursos para fortalecimento da imunidade – desde uma alimentação mais variada até a prática de atividades físicas.

Com os estabelecimentos fechados, como se exercitar?

Mesmo com a nova demanda, o problema era outro: além do receio de sair de casa, as academias e centros esportivos estavam fechados. A solução foi manter uma vida ativa dentro do próprio domicílio. Mas isso era possível?

Antes mesmo da pandemia, a professora já havia utilizado o modo online em suas aulas: “Tenho uma tia que mora no Reino Unido, e quando ela disse que só faria pilates se fosse comigo, achei a coisa mais estranha do mundo. No começo, eu mesma fiquei resistente. Mas vi que funciona. Ela teve resultados inacreditáveis, está super jovial e independente fisicamente”.

A profissional percebeu então, na prática, que mesmo sendo de forma online, o exercício físico trouxe ótimos resultados. Repassou a metodologia para sua equipe, que se dedicou integralmente às aulas pela internet. Assim, mesmo durante a pandemia, o Studio conseguiu manter seus alunos em plena atividade.  

No “pós-pandemia” o exercício físico em casa ainda é procurado?

Mesmo após a reabertura dos estabelecimentos, algumas pessoas não conseguem ir até um local para se exercitar. Os motivos podem ser variados: falta de tempo, de orçamento, distância. Mas os tempos de crise ensinaram que é possível se manter saudável independente dos obstáculos.

A professora orienta que mesmo num espaço pequeno, é fundamental a prática do exercício físico que, sendo feito corretamente, resulta na melhora física e mental, além de prevenir os danos do sedentarismo.

“A coisa mais importante para fazer exercício físico em casa é a força de vontade, porque é aquela frase de ‘quem quer, dá um jeito. O profissional também precisa fazer as adaptações para o espaço que o aluno tem. Para isso, é preciso que tenha todo um repertório de movimentos e de estratégias para aplicar os métodos mesmo quando o local não é o mais adequado”, comenta Gariani, que observou um aumento do número de alunos online, mesmo “após o vírus”.

Quanto tempo é preciso separar para se exercitar?

Se a falta de lugar não é mais um problema, o que fazer para separar um tempo para se exercitar? A profissional do pilates também nos responde: “Gosto de pensar na realidade de cada um. O que você pode entregar para o seu corpo esta semana? Você tem uma hora? É isso que você vai entregar, e fazer o melhor que puder dentro dessa hora. Se puder 15 minutos durante uma semana, já é incontavelmente melhor do que não fazer nada”.

Um estudo realizado pelas universidades de Oxford (Reino Unido) e Yale (Estados Unidos) divulgou que pessoas que se exercitam de 30 a 60 minutos, de três a cinco vezes por semana, têm 43% menos “dias de saúde mental ruim” em um mês do que as que não praticam atividade.

Entretanto, é aconselhável que a prática do exercício físico não seja exagerada. No estudo foram entrevistados 1,2 milhões de adultos e o resultado é que aqueles que excedem os 90 minutos no treino tiveram uma melhora mínima, enquanto os que chegaram a ultrapassar três horas de exercício – como maratonistas – apresentaram uma saúde mental pior do que os adultos que não praticam atividade.

Para levar uma vida mais saudável é necessário esforço. O ato de praticar exercícios deve ser incluído em sua rotina, mas tudo com equilíbrio e nada de exagero. Afinal, tudo o que é demais faz mal.

Se espaço e tempo não podem ser usados como desculpa, como ter disposição?

Mesmo com alternativas para fazer atividades em casa e com o tempo mínimo necessário, ter disposição para começar pode ser o desafio. Pensando nisso, Lívia orienta: “Você não vai fazer o exercício porque está disposto, mas porque tem disciplina e responsabilidade. Então, mesmo sem estar com vontade, é preciso levantar e agir. Como consequência, você vai sentir mais disposição, dormir melhor. Vai ter resultados físicos e estéticos, sim, mas principalmente uma melhora em relação à saúde”.

De acordo com a professora, é normal que os dias de alta motivação (vontade de se alongar, fazer um exercício e até sair de casa) sejam intercalados com ocasiões nas quais a inércia parecerá uma opção melhor. Nesses momentos, não deve haver negociação: é preciso cumprir o combinado consigo mesmo, fazendo seu corpo criar disciplina e entrar na rotina. 

Quando estiver faltando ânimo para se exercitar, considere os benefícios de fazer aquela atividade. “O exercício físico vem como uma medida de prevenção. De tratamento, também, mas principalmente de prevenção. Então é necessário entender e colocar isso como prioridade, para conseguir render em todas as áreas da sua vida, seja profissionalmente, na maternidade, no casamento, ou como indivíduo mesmo. Para uma qualidade de vida maior, tem que conseguir colocar o exercício físico na sua rotina”, finaliza Gariani, que disponibiliza diversas aulas e dicas no seu perfil do Instagram (@liviagariani).

lívia exercício físico em qualquer lugar

Lívia Gariani é bacharel em Educação Física pela UTFPR, especialista em fisioterapia esportiva em dor crônica, idealizadora do Projeto Pilates Descomplicado, diretora e professora no I Am Studio, que além do pilates, atende as modalidades de treino funcional e low pressure fitness (LPF).

Contato: www.liviagariani.com.br/

(41) 98885-9969

@liviagariani

Redação Viva o Condomínio
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