Publicado em 31 de março de 2022
Escolha entre casa ou apartamento depende do estilo de vida do morador De um lado, a sensação de segurança e o acesso facilitado a serviços e pequenas regalias sem pisar na rua. Do outro, a autonomia para viver como quiser. A escolha entre apartamento ou casa deve considerar, além da questão financeira, os hábitos dos moradores. “O orçamento não é mais o fator decisivo. Nos últimos anos, […]
De um lado, a sensação de segurança e o acesso facilitado a serviços e pequenas regalias sem pisar na rua. Do outro, a autonomia para viver como quiser. A escolha entre apartamento ou casa deve considerar, além da questão financeira, os hábitos dos moradores. “O orçamento não é mais o fator decisivo. Nos últimos anos, […]
De um lado, a sensação de segurança e o acesso facilitado a serviços e pequenas regalias sem pisar na rua. Do outro, a autonomia para viver como quiser. A escolha entre apartamento ou casa deve considerar, além da questão financeira, os hábitos dos moradores.
“O orçamento não é mais o fator decisivo. Nos últimos anos, surgiram novas variáveis. A mais importante delas é a escolha do estilo de vida que o morador quer ter”, diz o advogado Márcio Rachkorsky, especialista em condomínios e colunista da Folha.
Ele ressalta que viver em condomínios é a melhor opção para quem não se importa em seguir regras e dividir espaço. Quem tem horários incomuns pode ter dificuldade em se adaptar à vida em grupo. Nesse caso, a melhor opção é viver em casa.
“Se uma pessoa tem a rotina de trabalho invertida e chega de madrugada com frequência, por exemplo, é muito possível que ela faça barulho em horários indevidos e se torne um morador inconveniente. Morando em uma casa, há menos preocupação de incomodar vizinhos.”
Fatores como a sensação de segurança e a localização da moradia continuam sendo decisivos na hora de planejar uma mudança. Para a dona de casa Suely Silveira, 52, eles foram fundamentais para ela se mudar para a Vila Leopoldina com seu marido há três anos. “No meu condomínio, tenho acesso a personal trainer, massagista, cabeleireiro, manicure e até feira. Não preciso ir para a rua, basta descer o elevador”, conta.
“E, se preciso fazer algo fora de casa, tudo está a apenas uma breve caminhada de distância.” O único incômodo de Suely são as interações nem sempre amistosas com os vizinhos e o barulho das crianças, já que há muitas famílias com filhos de até 12 anos.
Foi desse tipo de dor de cabeça que a designer de interiores Eliane Granato, 45, decidiu se livrar ao construir a própria casa, em 1998, na Vila Prudente junto com o marido e as filhas.
Ela conta que o casal escolheu um terreno no meio do quarteirão, com uma vizinhança menos movimentada. “Nossa sensação de segurança vem da localização e da possibilidade de construir muros mais altos e instalar cercas elétricas”, afirma. “Além disso, por ser uma área mais afastada das grandes avenidas, não há o medo de estar sendo observado.”
Rachkorsky afirma que escolher uma casa não pode ser decisão de apenas uma pessoa na família. “É importante que cônjuges e filhos façam uma reunião para analisar o que será melhor para todos”, diz. “Juntos, devem decidir sobre a adaptação a um novo lugar e até sobre o bairro para onde a família se mudará.”
BATALHA DE IMÓVEIS
A designer de interiores Eliane Granato, 45, em sua casa na Vila Prudente (zona leste de São Paulo)
“Durante toda a minha vida, morei em casa e na Vila Prudente. Em 1998, eu e meu marido compramos um terreno na região para construirmos nossa casa do zero. Escolhemos fazer isso para montar tudo do nosso jeito. Investimos em segurança desde o início do projeto: compramos um terreno no meio do quarteirão, optamos por ficar um pouco mais distantes do comércio em que muitas pessoas poderiam nos observar entrando em casa, construímos muros altos e instalamos cercas elétricas”
Eliane Granato, 45, designer de interiores
SEGURANÇA
Há menos controle sobre quem transita na frente da sua casa, mas o custo para manter a residência segura (com cercas elétricas e muros mais altos, por exemplo) é pago uma vez só
LAZER
É preciso arcar sozinho com o custo alto de manutenção da estrutura. Em compensação, não é preciso se preocupar na hora de conciliar horários, já que a privacidade estará sempre garantida
BARULHO
Para quem mora em casa, a tolerância com o barulho que vem da rua ou da casa dos vizinhos costuma ser maior, já que cada pessoa está em sua propriedade. Mas, por isso mesmo, é preciso estar preparado para ter uma dose extra de paciência caso o volume aumente em horários indevidos
REFORMA
Há maior liberdade para fazer qualquer mudança na estrutura, sem ser necessário pedir autorização para terceiros ou se preocupar tanto com os horários para fazer barulho na obra
RELACIONAMENTOS
O isolamento é maior, e só é possível estabelecer vínculos se o morador decidir fazer isso de maneira ativa, o que pode ser bom para quem prefere se isolar e estabelecer limites mais claros na hora de lidar com os vizinhos
GASTOS
Os reparos e as alterações saem mais caros porque têm apenas um pagador, mas há autonomia total para que qualquer gasto seja programado para um momento mais estável financeiramente
Suely Silveira, 52, que mora em um prédio na Vila Leopoldina (zona oeste da capital)
“O condomínio em que moro, na Vila Leopoldina, permite que eu cumpra boa parte das tarefas do dia a dia sem precisar ir para a rua. Aqui tenho cabeleireiro, massagista, manicure e até feira à minha disposição. Os serviços vêm até mim por um valor que, embora eu não considere barato, acho justo pagar pela estrutura que tenho. Aqui tenho piscina aquecida, academia, churrasqueiras e espaço para lazer e caminhada. O segredo da boa convivência em prédio é a constante tolerância”
Suely Silveira, 52 anos, dona de casa
SEGURANÇA
Seguranças e porteiros na entrada de prédios inibem possíveis ameaças e mantêm o perigo do lado de fora. O preço da manutenção da segurança se reflete no valor pago ao condomínio todos os meses
LAZER
Compartilhar academia, piscina e churrasqueira requer organização e tolerância, mas também permite convívio com vizinhos e a possibilidade de fazer mais amigos devido às rotinas cruzadas. Além disso, os custos da manutenção dessas áreas são divididos por todos e, assim, doem menos no bolso
BARULHO
Para morar em prédio, é absolutamente necessário respeitar os horários de silêncio e tomar cuidado para não incomodar os vizinhos -não fazer isso certamente acarretará multa. Se todos cooperarem, é possível ter uma vida tranquila e sem irritações com ruídos do vizinho
REFORMA
É necessário avisar o condomínio e tomar cuidado com as limitações estéticas e arquitetônicas da obra. Mudanças que podem potencialmente afetar a aparência da fachada do condomínio, por exemplo, não são autorizadas
RELACIONAMENTOS
É impossível fugir da convivência com os vizinhos, já que as áreas de lazer, a garagem e o elevador são espaços compartilhados. A situação pode ser frutífera por facilitar a criação de laços entre colegas de condomínio
GASTOS
As contas para uma mudança ou melhoria de estrutura na área comum são divididas entre todos os condôminos. Porém, embora pese menos no bolso, o gasto nem sempre bate com o orçamento de quem vive no prédio -e é possível que você precise colaborar mesmo se estiver no aperto
Fonte: Folha de São Paulo
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