Publicado em 30 de abril de 2019

Morador deve evitar acusações sem evidências contra síndico

De forma preocupante, acompanho um aumento dos conflitos, gerados pela desconfiança de alguns moradores com acusações sem evidências contra síndicos.

Ao longo dos últimos anos, a administração de condomínios evoluiu muito e novas ferramentas tecnológicas trouxeram mais transparência na gestão e pleno acesso dos moradores a contas e contratos.

Em tempo real, qualquer condômino pode olhar balancetes, fluxo de caixa, saldos e atas. Ingenuamente, com tanto acesso às informações, imaginei que os conflitos estavam com os dias contados e que, finalmente, a paz reinaria nos condomínios. Estava errado.

De forma preocupante, acompanho um aumento galopante dos conflitos, sobretudo gerados pela desconfiança de alguns moradores acerca da lisura dos síndicos. Em alguns casos, a desconfiança se justifica, porque existem administradores picaretas, que se julgam donos do condomínio e se negam a prestar contas. Mas, em sua maioria, os síndicos atuam de forma quase heroica, doando seu tempo e assumindo responsabilidades.

Infelizmente, alguns moradores preferem, de forma cômoda e preguiçosa, insinuar que o síndico está roubando antes mesmo de analisar as contas, só pelo prazer de criticar. E, pior, contaminam outros moradores, fazem ilações, caluniam e difamam, por vezes se valendo do anonimato. Agem como verdadeiros inquisidores e logo encabeçam listas de abaixo-assinados para destituição do síndico, acirrando ânimos e polarizando o condomínio.

O ambiente político do país explica um pouco esse fenômeno e todos precisamos ter cuidado com comparações e generalizações.

Aos moradores que têm críticas à gestão, algo natural e saudável, a recomendação é buscar os esclarecimentos necessários junto a síndico, conselheiros e administradora, sempre documentando e formalizando suas dúvidas. Levar as questões para a assembleia é um bom caminho e possibilitará a discussão em ambiente oficial.

Aos síndicos, recomendo paciência, clareza ao dar informações, sempre com apoio jurídico, e humildade para recuar, rever procedimentos e corrigir rumos, acatando críticas construtivas. Aos que são atacados por inquisidores de plantão, recomendo firmeza e pronta resposta, levando os esclarecimentos para uma assembleia geral e, a depender da gravidade da acusação, sugiro a adoção de todas as medidas legais e judiciais cabíveis.

Recentemente, acompanhei o projeto de um condomínio que criou uma ouvidoria, com dois moradores eleitos em assembleia, para ouvir críticas, ideias e sugestões dos condôminos, de forma impessoal, serena e construtiva. Uma bela ideia. 

Fonte: Márcio Rachkorsky / Folha de São Paulo

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