Publicado em 2 de janeiro de 2024

Score: o “currículo” financeiro de pessoas e empresas no mercado

Todo mundo tem, nem todo mundo sabe disso. Uma boa pontuação pode abrir portas para boas oportunidades. E uma pontuação ruim…

Imagine a sua vida financeira como um curso acadêmico qualquer. Tudo que você faz – provas, trabalhos, apresentações, frequência, comportamento em sala etc. – influenciam na sua nota que, por sua vez, determinará se você foi aprovado ou não. O score é exatamente isso, só que relativo ao seu histórico junto ao sistema financeiro. A diferença é que você não precisa “se matricular”: o mero fato de ter CPF ou CNPJ e fazer transações financeiras já inicia a coleta das informações acerca do seu comportamento financeiro junto ao sistema.

Score é uma palavra inglesa que, em português, significa pontuação ou placar. E é exatamente isso que ela representa. Cada transação que você ou sua empresa faz no mercado, seja utilizando cartão de crédito, cheque especial, contraindo empréstimos, pagando (ou não) compras parceladas, contas recorrentes como água, luz, telefone e gás é registrada nas bases de dados dos chamados birôs de crédito, e marca uma pontuação. Informações como quantidade de vezes que o consumidor atrasou seus pagamentos nos últimos meses, quantidade de dias que o pagamento está ou ficou em aberto antes de ser pago, há quanto tempo o atraso ocorreu, valor total do crédito que o consumidor já tem contratado no momento da consulta, tipo de dívida e quantidade de vezes que o consumidor solicitou crédito, dentre outras, são tratadas estatisticamente para gerar essa pontuação, que pode ir de 300 (péssima) a 1.000 (excelente). A média dessa pontuação no Brasil em 2023 é de 485. Essas informações, também chamadas de Cadastro Positivo, são fornecidas pelas instituições financeiras e empresas de serviços adimplentes. As informações são atualizadas mensalmente e ficam armazenadas por um período de cinco anos.

Em resumo, um score alto indica que o consumidor tem um bom histórico de pagamento e é considerado um bom pagador. Já um score baixo indica que o consumidor tem um histórico de pagamento ruim e é considerado um mau pagador. E isso faz toda a diferença quando o usuário vai ao mercado em busca de crédito, pois o score é usado pelas instituições financeiras para avaliar o risco de conceder crédito a um consumidor. Quanto maior o score, menor o risco de inadimplência e, portanto, maior a probabilidade de o consumidor ser aprovado para um empréstimo ou financiamento.

Neste ponto, você já está começando a entender por que algumas pessoas conseguem emitir um cartão de crédito e outras não; por que o limite de cada cartão de crédito ou do cheque especial é diferente; por que algumas taxas de financiamento ou empréstimo são mais altas e outras mais baixas… Em todas essas operações, o risco é fator essencial na concessão ou não do crédito, e também na fixação da taxa de juros, caso seja concedido. Os agentes financeiros consultam justamente o seu score para analisar esse risco.

Agora pergunto a você, que é síndico: ao contratar uma empresa para fazer um serviço recorrente, uma obra ou algo que envolva uma quantidade significativa de recursos financeiros do condomínio, a análise do score dessa empresa é um dos cuidados que você observa no processo de due diligence*? Imagine que você adianta um valor para esse prestador de serviço ou empresa começar a executar uma obra. Será que ele vai utilizar esse recurso para comprar os insumos e ferramentas, contratar pessoal ou quaisquer outras providências necessárias para cumprimento do contrato, ou será que vai apenas pegar esse dinheiro para quitar dívidas? Ou pior, sumir do mapa? Quais as chances disso acontecer? A análise do score pode ajudar a avaliar isso.

Algumas empresas oferecem acesso ao score de pessoas físicas e jurídicas, indicando não apenas informações sobre o score, mas um cadastro completo que inclui:

  • Indicador de risco (baixo / médio / alto) baseado em pontualidade de pagamento, gravidade em atrasos, endividamento, número de pendências etc.;
  • Probabilidade de pagamento;
  • Faturamento presumido;
  • Renda presumida;
  • Aspectos restritivos quanto ao crédito;
  • Validação de dados cadastrais;
  • Telefones;
  • Localização de patrimônio;
  • Composição societária;
  • Ações judiciais;
  • Recuperações judiciais e falências;

Elas rastreiam várias bases de dados, como SERASA, SPC e Quod, trazendo informações atualizadas sobre milhões de pessoas e empresas. Esse cadastro chama-se cadastro positivo.

Fala a verdade: você não se sente muito mais seguro em contratar uma pessoa ou empresa depois de analisar esses dados?

* Due diligence é o processo de levantamento de informações sobre um prestador de serviços ou empresa para análise de risco de contratá-lo. O objetivo da due diligence é saber se ele possui bom histórico de serviços, sua avaliação por outros tomadores de serviços e sites como ReclameAqui, seu score no cadastro positivo, pendências junto ao INSS, FGTS e RFB, CNAE compatível com o serviço a ser prestado, registro regular junto à sua entidade de classe, atestado de capacidade técnica, dentre outros.

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